(Jo 15:26-16:4a)
A Fé no Mestre já é a Vida do Eterno em ação, aqui e agora.
Ele mesmo é o Pão de uma existência autêntica e indestrutível, embora ainda terrena.
Em resumo, a vida íntima de Deus chega até nós em nosso tempo.
O primeiro passo é a aventura da fé que dá uma visão; a irrupção do Espírito que dá o renascimento do alto.
Impulso que anima uma existência diferente, não vazia.
O sinal dessa adesão é acreditar em Jesus como Filho: homem manifestando a condição divina.
O Deus "oculto" do Primeiro Testamento, um obstáculo que parecia intransponível, agora se apresenta especificamente - sem a necessidade de fogos fátuos para sustentá-lo.
Para evitar a intimidação, a marginalização e o incômodo, alguns membros da Igreja defendiam uma espécie de aliança entre Jesus e o Império.
Eles proclamaram um Cristo tão vago e desinibido que ninguém foi arranhado.
Algumas pessoas ambiciosas, os perturbadores da "vida no espírito", acreditavam que havia chegado a hora de se livrar da história terrena do filho do carpinteiro.
Uma figura que foi considerada fraca em si mesma, efêmera, fora do lugar e do tempo; já extinta.
Jo pretende reequilibrar a tentativa de proclamação, diluída em compromissos.
O evangelista enfatiza que o Ressuscitado é a cifra e o motor que carrega a alma e nos gera hoje.
É o mesmo Filho de Deus que suportou uma dura denúncia e várias batalhas com as autoridades.
Em resumo, o Espírito Santo não vai atrás de borboletas.
A ação do Espírito [que interioriza e atualiza] e a memória histórica de Jesus devem ser sempre conjugadas.
Somente em uma perspectiva tão franca é possível compreender a Verdade do Eterno e a Verdade do Homem, em todos os tempos e circunstâncias.
Além disso: o Pai é o Criador de cada uma de nossas inclinações mais profundas, às quais ele apõe uma assinatura indelével.
Ele se manifesta em um instinto inato, que quer germinar, encontrar espaço, expressar-se.
Temos enraizada em nosso íntimo uma vocação única e invencível, e faces plurais; cada uma delas.
Não podemos negar a nós mesmos, nossas Raízes - mesmo quando um testemunho aberto não seria atraente.
A verdade sobre cada "pessoa" é consequente.
Pela Graça, somos depositários de uma dignidade surpreendente, que mesmo no erro ou no que é considerado erro, transmite Desejos excepcionais.
Verdade que ainda restaura os Sonhos: uma esperança invisível, que ativa paixões apaixonantes.
Em vão teríamos paz e felicidade se buscássemos a concórdia cultural e social ou se desempenhássemos papéis, personagens e tarefas que não nos pertencem - embora sejam agradáveis.
Nós nos tornaríamos estranhos.
Verdade: Fidelidade de Deus em Cristo. E franqueza em cada escolha, com nosso caráter em relação e situação.
O resto é cálculo - perturbação profunda, que nos deixará dissociados e doentes por dentro.
[Segunda-feira, 6ª semana da Páscoa, 6 de maio de 2024]